Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência apenas no estado do RIO DE JANEIRO, município de Santa Maria Madalena (Brade e Lima 11784). Segundo a Flora do Brasil 2020 em construção (2019), a espécie ocorreria também no estado do Espírito Santo, entretanto os registros desse estado foram invalidados pela especialista botânico considerando diferenças morfológicas.
Arvoreta ou arbusto rupícola de 1-1,5 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Ocorre nos domínios da Mata Atlântica, especificamente em Campos de altitude do município de Santa Maria Madalena, estado do Rio de Janeiro (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Segundo a Flora do Brasil 2020 em construção (2019), a espécie ocorreria também no estado do Espírito Santo, entretanto os registros nesse estado foram invalidados pela especialista botânica após recente revisão e reconhecimento de diferenças morfológicas. Não existem dados sobre a população, porém foi considerada "pouco frequente" no município de Santa Maria Madalena. Apresenta EOO=13 km² e é restrita a habitats naturalmente fragmentados (Campos de altitude). O desmatamento, pecuária e mineração(MMA/ ICMbio, 2011) são responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade de habitat e de subpopulações. O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam apenas 12% da área original do bioma, que representam florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica. Regionalmente, o município de Santa Maria Madalena possui 42% de seu território (34,037 ha), convertidos em pastagens (Lapig, 2018). Além disso, há documentos de processos recentes em andamento para autorização de pesquisa de áreas a serem mineradas para extração de minério de berílio e granito e requerimento de lavra de granito no município de Santa Maria Madalena (DNPM, SIGMINE, 2019). A espécie foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014), considerando uma distribuição mais ampla incluindo registros coletados no estado do Espírito Santo e, atualmente reconhecidos como sendo referencia para outra espécie. Portanto, com base na atualização da distribuição e ameaças incidentes recentes, a espécie passa a ser avaliada como "Criticamente em perigo" (CR), por distribuição restrita e populações severamente fragmentadas associadas a declínio. Considerando que a espécie não é coletada há mais de 30 anos, recomenda-se buscas direcionadas especialmente no período de dezembro a abril quando foi coletada com flores, com objetivo de atualizar informação sobre tamanho e tendência populacional, bem como possíveis redescobertas ou extinções locais. Além disso, recomenda-se ampliação de ações de conservação in situ, mitigação de ameaças incidentes e potenciais, definição de possíveis ações de conservação ex-situ de acordo com os requerimentos ecológicos da espécie, e avaliação da possibilidade de coleta e estoque de material em banco de sementes e/ou DNA, caso a espécie seja reencontrada.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (CR) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | EN |
Descrita em: Brade, A., 1932. Arquivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 34: 118.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat | past,present | national | high |
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 Km². São eles: Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha). Outros três estados estão a caminho desse índice: Mato Grosso do Sul (140 ha), Rio Grande do Sul (171 ha) e Goiás (289 ha). Apesar dos resultados positivos, cinco estados ainda mantém índices inaceitáveis de desmatamento: Minas Gerais (3.379 ha), Paraná (2.049 ha), Piauí (2.100 ha), Bahia (1.985 ha) e Santa Catarina (905 ha) (SOS Mata Atlântica/INPE, 2019) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat,locality,occupancy | past,present,future | regional | very high |
O município de Santa Maria Madalena (RJ), com 81476 ha, tem 34037 ha (42%) de seu território convertidos em pastagens (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | locality,habitat,occupancy | past,present,future | regional | medium |
Para o município de Santa Maria Madalena há documentos de processos recentes em andamento para autorização de pesquisa de áreas a serem mineradas como: extração de minério de berílio (946.37 ha) e granito (982.52 ha); e de requerimento de lavra, de granito (989 ha) (DNPM, SIGMINE, 2019). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada no PARQUE ESTADUAL DO DESENGANO (PI). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
Espécie avaliada como "Em perigo" está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). . | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.4.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.4.2 National level | needed |
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Vale do Paraíba - 30 (RJ). |
Ação | Situação |
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3 Species management | needed |
Considerando que a espécie foi avaliada anteriormente como EN considerando uma distribuição mais ampla incluindo registros não confirmados para esta espécie coletada estado do Espírito Santo, recomenda-se pesquisa para levantar informações precisas sobre tamanho e tendência populacional. Além disso, visto que a espécie não é coletada há mais de 30 anos, recomenda-se buscas direcionadas visando possíveis redescobertas ou avaliação em campo sobre possível extinção local. Confirmando-se declínio ou possíveis extinções locais com base nos resultados encontrados, recomenda-se então ampliação de ações de conservação in situ, mitigação de ameaças, treinamento de atores (como guarda-parques, gestores e populacão local), definição de possíveis ações de conservação ex-situ de acordo com os requerimentos ecológicos da espécie, e avaliação da possibilidade de coleta e estoque de material em banco de sementes e/ou DNA, caso a espécie seja reencontrada. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |